quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Consumismo


Eu diria que a base do nosso tempo hoje é o consumismo. E o consumismo hoje não é apenas motivação em atender nossas necessidades como foi no inicio pós revolução industrial, onde a ideia era produzir produtos. hoje nós consumimos mais do que produtos, nos consumimos signos que orbitam na metafisica do produto. O produto esta sempre associado a uma ideia de satisfação pessoal, então estamos substituindo elementos físicos por uma promessa que esta agregado por via publicidade aquele produto.

Estamos em um tempo em que os produtos não são feitos para as pessoas, mas as pessoas são construídas para os produtos. E quando falo em sociedade de consumo estou falando em algo ainda mais sensível, estou falando da Ideologia do Consumo. 
A ideologia do consumo está a serviço de grandes corporações que não vendem somente produtos, mas também vendem uma ideia que se viraliza pelo planeta, controlando a humanidade com a ideia de que o consumo acalma nossos dramas mais profundos, que nos permite uma realização de felicidade performática, ou seja, eu tenho uma performance de felicidade, isso significa ter corpo perfeito e saúde perfeita. Começamos a sair da esteira da qual somos constituídos, que é a existência. 

A existência nunca vai garantir uma saúde perfeita ou corpo perfeito. Porque saúde perfeita e corpo perfeito significa nunca adoecer. A questão da existência jamais poderá prometer uma saúde perfeita e um corpo perfeito, porque é uma lei anti biológica, onde o corpo é degenerativo em potencial pela lei de entropia, vamos perder massa óssea, ganhar massa corpórea, vamos perder cada vez mais a nossa juventude, vamos perder nossa vitalidade.

A questão do consumo é aquela que desperta o nosso desejo mais profundo e reveste esses desejos de ordem individual em produtos de ordem universal, ou seja, aquilo que pode ser realizado fora de nos. A ideologia do consumo foi algo extremamente inteligente, e ainda é, pois esta relacionada á psicologia do comportamento.

Foi bem sabido que o ser humano é movido a desejo, então posso muito bem hoje, como não acontecia antes, quando os produtos eram criados  para satisfazer as necessidades das pessoas,  a limitar desejos que não existia nessa pessoa durante o consumo de um produto, estimulando nela aquilo que eu costumo dizer: Na zona mais superficial, que é a sensação. 

Quando o sujeito é tocado na sensação ele fica satisfeito, lhe é preenchido um vazio. Não costumamos pensar sobre nossas emoções, somos dominado pelas sensações. O grande problema disso é que eleva o empobrecimento da vida psicológica. 

Eu penso que estamos em uma época de grandes crises de profundidade, não sabemos  como gerenciar nossos desequilíbrio. A nossa perturbação é aliviada e não compreendida, é aliviada através do consumo de produtos que prometem coisas que jamais poderemos ter.

Jonatas Amaral